quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SÉTIMA OFICINA

NUNCA DEIXE DE VOAR!
Voe sempre na direção
de seus objetivos
Você sempre irá alcançá-los!!

PALESTRA SOBRE "PROJETO ANITÁPOLIS"



ARGUMENTAÇÃO E LINGAGEM

UNIDADE 21 e 22

A finalidade de um texto argumentativo é sempre convencer o leitor com seus objetivos claros. É necessário ter conhecimento do assunto para poder defender com clareza seus argumentos. Nossos argumentos devem ser fortes, pois assim podemos convencer a quem queremos. Assim decidimos trabalhar sobre o “Projeto Anitápolis” porque trata sobre o meio ambiente e atinge nossa região.
No primeiro momento foi entregue aos cursistas material sobre “O Projeto Anitápolis”, para que todos conhecessem e em seguida foi ministrada uma palestra pelo Professor Haroldo de Oliveira Silva, que apresentou todos os detalhes sobre o projeto.


“O PROJETO ANITÁPOLIS”

Anitápolis é uma cidade localizada na Serra Catarinense, que pertence à região de Florianópolis.
Este projeto é um empreendimento das multinacionais Bunge (EUA) e Yara (Noruega) que durante 33 anos, através do processo de mineração a céu aberto (o mais antigo poluente), pretendem explorar a jazida de fosfato que se encontra em plena Mata Atlântica no Vale do Rio Pinheiro, em Anitápolis – Santa Catarina.
O local do projeto, com 1800ha, localiza-se em uma Área de Proteção Permanente (APP) que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Braço do Norte, depois Rio Tubarão.
Serão construídas duas barragens de rejeitos, com 80m. de altura que vão interromper o fluxo natural do Rio Pinheiro. Junto terá um complexo industrial para a fabricação de ácido sulfúrico que será usado na extração do fosfato para fabricação de fertilizante.

“SAI MATA ATLÂNTICA, ENTRA FÁBRICA DE ÁCIDO”.

CONSEQUÊNCIAS:

. Centenas de hectares de Floresta Atlântica, destruídos pela mineração.
. A área total de influência deste projeto, abrange além dos 1.800 hectares previstos, cerca de 5.100 Km² em volta do empreendimento ( triângulo que comprende Laguna – Florianópolis – Lages).
. A poluição atmosférica, atingirá não apenas Anitápolis, mas todos os municípios vizinhos.
. Poluição da Bacia do Rio Braço do Norte com a extração, lavagem e processamento do fosfato com ácido sulfúrico.
. Caos no trânsito na Br101, Br282 e na SC407.
. Dezenas de caminhões bitrens (veículo longo) carregados com substâncias químicas poluentes iram circular diariamente prejudicando a locomoção e o cumprimento de compromissos profissionais da população.
. Aumento dos riscos de acidentes devido à circulação excessiva das carretas.
. Desvalorização das Áreas de Lazer e Turismo.
. Ameaça à agricultura familiar e à produção orgânica.

O PERIGO EM POTENCIAL – AS BARRAGENS DE REJEITOS

Dois lagos, cheios de lama (rejeitos da lavagem do fosfato com o ácido sulfúrico), seguros por muralhas de terra de rejeito de mineração, com 80m de altura, rompendo, em consequência de uma tempestade, engoliria tudo que estivesse pela frente. Com certeza uma perspectiva assustadora.
No terceiro momento em grupos os cursistas construíram um texto argumentativo sobre os pontos positivos e negativos do Projeto Anitápolis. Cada grupo escolheu um provérbio e concluiu cada texto. Para finalizar cada cursista recebeu o texto “O VERÃO DE 92” (Luís Fernando Veríssimo).
Nosso objetivo foi divulgar o projeto para os cursistas e estes aos seus alunos. Poucas pessoas conhecem, pois não existe divulgação. Quanto mais divulgação mais pessoas irão conhecer este projeto e poderão se manifestar a favor da natureza que a Bunge quer destruir. Na Escola Santo Anjo da Guarda, foi desenvolvido um trabalho exemplar pelos alunos. Conheceram o “Projeto Anitápolis” através da Formadora Patrícia, realizaram pesquisa e após obter todos os dados sobre o projeto, repassaram para os alunos da Escola, com o apoio do Diretor e dos professores. Para concluir o trabalho foi realizada palestra com o Professor Haroldo de Oliveira Silva, que levou os últimos acontecimentos a todos. Esse trabalho de informação oportunizou a prática do poder argumentativo da linguagem, que os alunos perceberam como fundamental na defesa de ideias e pontos de vista.



“O VERÃO DE 92”
(Luís Fernando Veríssimo)

As minhas férias. Composição. 10/3/1992.

Nas férias eu fui quase todos os dias à praia. Apesar dos protestos de mamãe. Mamãe não gosta de praia desde que um parente dela foi dar um mergulho e se dissolveu na água.
Meu pai diz que é bobagem, que é só a gente prestar atenção nas bandeiras. Bandeira branca é quando o mar está cheio de detergente. Não há perigo. É só a gente não chegar muito perto da espuma superativada.
No ano passado o meu irmão menor, o Tuca, brincou muito com a espuma e está até hoje com uma estranha luminosidade.
Dentro de casa não dá para ver bem mas, quando a gente faz o teste da janela com o Tuca, ele brilha.
Mamãe sempre grita para a gente ter cuidado para não largar o Tuca da janela do apartamento, mas ele gosta.
Bandeira amarela é arsênico. Dizem que também não tem muito perigo, contanto que a gente não abra a boca nem os olhos embaixo da água.
Mas no último campeonato de surf que fizeram no Arpoador com bandeira amarela, quando os competidores ficavam de pé na prancha não tinham mais calção e quando chegavam na praia não tinham mais a prancha.
E a parafina do cabelo ficava verde e o cabelo começava a cair. O que dava de gatão escaldado!
Bandeira vermelha é mercúrio. Também não é perigoso, mas a pessoa deve ficar em observação durante 24 horas depois de sair da água. Se as unhas começarem a encolher, deve-se chamar um médico.
Bandeira preta é óleo na água. Isto é o mais comum. É chato porque suja, mas também não tem muito perigo.
Até hoje só houve três ou quatro casos de pessoas que ficaram tomando muito sol depois de um mergulho no mar cheio de óleo e se incendiaram.
Bandeira preta esfarrapada com caveira é ácido. Isto sim é perigoso. Nesse a onda é que fura você. Neste verão eu inventei de testar a água num dia de bandeira preta e é por isso que estou com o pé enfaixado. Sinto uma falta do dedão...
Mas a praia continua uma beleza, depois que a gente se acostuma com o cheiro de amoníaco e peixe morto. Mesmo quando não dá para entrar na água e sair inteiro há muita coisa para fazer.
Castelo de farelo de carcaça, por exemplo. Ou escalar cadáver de baleia. Em alguns trechos a gente enxerga areia por baixo das camadas de marisco podre.
Papai diz que antigamente a praia era só areia, mas não dá para confiar muito nele. Ele também diz que o mar era verde e que peixe se comia.
Joguei muito futebol na praia antes de perder o dedão. Era difícil formar os times porque ninguém queria jogar na ponta e pegar um respingo do mar no olho e ficar cego.
O chão de osso de peixe rala o joelho da gente e, quando a bola cai na água, explode. Mas foi ótimo.
Apesar de tudo, ainda tem gente que nada até além da rebentação. É muito arriscado. O perigo não é o afogamento, é respirar o vapor que sobe da água.
Banhista não entra mais no mar para salvar ninguém. Salva por megafone. Fica gritando "Vem! Vem!" e, quando o afogado chega na praia e o banhista vai fazer respiração artificial, não junta mais gente como antigamente. Agora todo mundo sai de perto porque pode esguichar.
Todo dia tem novidade na praia. Nossa turma ficava torcendo que aparecesse menininha com maiô de crochê, que não precisava nem entrar na água, se desmanchava com a brisa do mar.
Teve um dia que uma fileira de caranguejos saiu de dentro da água, andando de lado e meio cambaleando. Dizem que o da frente trazia uma bandeira branca, mas isto deve ser invenção.
O cheiro do mar era tão forte que um dia abateu um daqueles aviões que passam com faixa de propaganda. O piloto saltou de pára-quedas sobre a água, mas o pára-quedas, em vez de descer, subiu.
Um dia foi uma grande sensação. Apareceu uma gaivota. Todo mundo correu para ver. Eu só conhecia gaivota de ouvir papai falar. A gaivota rodou, rodou e, de repente, mergulhou na água.
Quando apareceu outra vez tinha um peixe preso no bico. Mas logo cuspiu o peixe fora e disse - deu para ouvir direitinho, da praia - "pshaft!" Depois voou para longe. Todo mundo riu. Mas não muito.
Luís Fernando Feríssimo, escreveu em 1978 esta crônica, com exagero. Colocou a poluição que existiria em 1992. Felizmente, ainda não aconteceram os horrores imaginados pelo humorista. Mas se o Projeto Anitápolis não for paralisado, muito em breve o sul de Santa Catarina terá
a realidade da crônica de Luís Fernando Veríssimo.

RELATÓRIO AGOSTO

"Determinação, coragem e autocofiança

São fatores decisivos para o sucesso!"



No retorno do segundo encontro realizado em Balneário Camboriú, reunimos conjuntamente com os formadores de Língua Portuguesa para organizarmos o primeiro encontro após as férias escolares de julho.

Nosso objetivo foi motivar todos os cursistas e repassar o quanto foi valioso o segundo encontro de estudos. Ao darmos boas vindas, assistimos a mensagem “Lição dos Bambus”, que mostrou a persistência e a necessidade de interagir no processo de aprendizagem. Dando continuidade realizamos uma avaliação do primeiro semestre e a sua realização na fase seguinte. Na seqüência os formadores sugeriram a montagem de um portifólio, pelos cursistas que foi distribuído uma pasta para cada um. Trabalhamos a continuidade da elaboração, estipulando prazo para dar início do trabalho na escola com os alunos. Encerramos este encontro com a mensagem “Feliz Resto de Ano”, sentindo o entusiasmo de todos para esta nova etapa do curso.

Não foi possível realizar os encontros das semanas seguintes, por motivo da intensidade de casos da gripe A (HINI), principalmente em nossa cidade Tubarão, por ser cidade pólo, tivemos que paralisar todas as atividades durante duas semanas. Neste tempo não houve trabalho com os cursistas, mas aconteceram reuniões entre a coordenação e formadores, para planejarmos as atividades das semanas seguintes. Nosso retorno com os cursistas aconteceu no dia 25 de agosto.